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    O Dia Mundial Sem Carne, celebrado em diversos países em 20 de março, tem origens que remontam ao movimento global em prol da conscientização sobre os impactos do consumo de carne na saúde, nos animais e no meio ambiente. A iniciativa visa promover alternativas alimentares mais sustentáveis e éticas.   Uma peça-chave nesse movimento é a campanha “Segunda Sem Carne” (Meat Free Monday – MFM), que surgiu em 2003 nos Estados Unidos e hoje se estende por mais de 40 países. Seu principal objetivo é incentivar as pessoas a reduzirem o consumo de carne, especialmente às segundas-feiras, promovendo uma transição gradual para uma dieta mais baseada em plantas.   Um estudo realizado pela Brighton and Sussex Medical School (BSMS) e pela campanha Segunda Sem Carne revelou que mais de 30% dos participantes, após cinco anos, adotaram uma dieta plant based. Essa mudança não apenas reflete a crescente conscientização sobre os impactos da proteína animal na saúde, mas também destaca a eficácia de campanhas que incentivam a redução do consumo de carne.   No Brasil, a campanha Segunda Sem Carne é conduzida pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Ela convida as pessoas a explorarem novos sabores, substituindo a proteína animal por opções vegetais. Além do benefício pessoal para a saúde, a ação resulta em uma economia significativa de água, com apenas um dia de escolhas alimentares conscientes representando uma economia de 3500 litros de água.   A mudança de hábitos alimentares também é evidenciada por pesquisas recentes. Um levantamento realizado pelo The Good Food Institute Brasil revelou uma redução de 67% no consumo de carnes bovina, suína, de frango e de peixe entre os brasileiros. Essa mudança, impulsionada por preços mais altos e uma busca por hábitos mais saudáveis, indica um movimento em direção a proteínas de origem vegetal.   A pesquisa encomendada pela SVB à Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) mostrou que 46% dos brasileiros deixaram de comer carne por vontade própria ao menos uma vez por semana. Essa tendência é corroborada por dados do estudo GFI, que indicam que quase metade dos brasileiros já estava reduzindo o consumo de carne em 2020.   O mercado de proteínas alternativas, derivadas de plantas, também está experimentando um crescimento expressivo. Estudos preveem um aumento de quase 70% nos próximos seis anos, movimentando mais de US$ 28 bilhões globalmente. A pandemia acelerou essa mudança de comportamento, com a preocupação ambiental se somando às questões de saúde.     É importante notar que a escolha por uma alimentação sem carne não garante automaticamente uma dieta saudável. No entanto, especialistas destacam que uma dieta vegana bem planejada pode oferecer benefícios à saúde, como a redução do risco de doenças cardíacas e diabetes. Nutricionistas ressaltam que a chave está em fazer escolhas conscientes, selecionando alimentos nutritivos e equilibrando a dieta.     Em conclusão, o Dia Mundial Sem Carne e a campanha Segunda Sem Carne representam movimentos significativos em direção a uma alimentação mais consciente e sustentável. Essas iniciativas não apenas promovem a redução do impacto ambiental e o respeito aos animais, mas também destacam a importância de escolhas alimentares que beneficiem a saúde individual e coletiva. À medida que mais pessoas se engajam nessa jornada, o caminho para um futuro alimentar mais ético e equilibrado se torna mais tangível.
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    Dia Mundial Sem Carne: Rumo a uma Alimentação Sustentável e Consciente

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    Ao passo em que as maneiras de produzir filmes e outros conteúdos audiovisuais continuamente se transformaram ao longo dos anos, os artistas responsáveis por produzi-los tiveram de lutar para garantir que essas mudanças não tivessem impactos negativos em suas folhas de pagamento. Por conta disso, a ocorrência de greves em Hollywood, um dos maiores polos cinematográficos do planeta, costuma ser relativamente comum.   O último movimento do tipo havia acontecido entre os anos de 2007 e 2008, quando o Sindicato dos roteiristas estadunidenses, conhecido como Writers Guild of America (WGA), declarou greve após diversas tentativas frustradas de conseguir um acordo de reajuste salarial junto aos estúdios. Atualmente, no entanto, Hollywood vem enfrentando a maior greve dos profissionais do cinema e da televisão dos últimos 60 anos, primordialmente deflagrada por conta dos impactos que a popularização dos serviços de streaming e a utilização da inteligência artificial no processo de produção têm gerado na remuneração dos profissionais envolvidos.   No dia 02 de maio, o WGA declarou greve, paralisando os andamentos de um grande número de produções do cinema e da televisão. Mais de 2 meses depois, no dia 13 de julho, o sindicato dos atores (Screen Actors Guild-American Federation of Television and Radio Artists) também decidiu aderir às reivindicações. Uma greve conjunta de ambos os sindicatos não ocorria desde 1960. Juntos, eles representam mais de 160 mil profissionais.   Esses atores e roteiristas reivindicam, dentre outras demandas, um pagamento justo de royalties relativos ao trabalho desempenhado por eles em produções incluídas nos catálogos de serviços de streaming. Além disso, os sindicatos se preocupam que a ampla utilização de ferramentas de Inteligência Artificial nos processos de produção de filmes e séries possam significar a precarização de seus esforços.   A automatização da criação de roteiros, por exemplo, suscita receios não apenas a respeito da sobrevivência dos roteiristas na indústria como também acerca da criatividade e autenticidade de conteúdos audiovisuais futuros. Outra questão polêmica envolve o armazenamento da imagem e da voz de atores e atrizes por tempo indeterminado por parte dos grandes estúdios. Segundo o SAG-AFTRA, essas empresas poderiam se utilizar desses dados ininterruptamente, a partir da recriação e modificação de imagens com o uso de ferramentas baseadas em Inteligência Artificial. Para isso, no entanto, remunerariam esses profissionais por apenas um dia de trabalho.   Tal prática, popularmente conhecida como “deep fake” tem gerado não apenas controvérsias trabalhistas, como também éticas. Recentemente, aqui no Brasil, um comercial da empresa de automóveis Volkswagen suscitou amplos debates por recriar a imagem da cantora Elis Regina, falecida em 1982.     Os impactos a dupla greve vem gerando diversos impactos em Hollywood. Grandes produções do cinema e da televisão já tiveram o andamento de seus trabalhos suspensos, a exemplo de Mulher Maravilha 3, Rei Leão 2, Gladiador 2 e as sequências de Avatar. O movimento também impede com que atores possam participar de eventos promocionais de divulgação de suas obras. Por conta disso, os eventos de lançamento dos filmes Barbie e Oppenheimer, grandes sucessos de bilheteria do ano, foram interrompidos pouco antes da estreia oficial dessas produções nos cinemas.   A greve parece estar perto do fim, após o acordo firmado entre os sindicatos e a associação que representa os estúdios em Hollywood, mas ele ainda precisa ser votado pelos filiados. Segundo o WGA, o acordo seria excepcional, e traz ganhos significativos para roteiristas em todos os setores. Ainda assim, até que a proposta seja votada, a paralisação deve continuar.
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    A greve dos sindicatos em Hollywood e os impactos da inteligência artificial na indústria audiovisual